Restrição Calórica e Longevidade (N. 498 do Painel do Coronel Paim) - Jornal O Porta-Voz
sábado, 17 de novembro de 2018
terça-feira, 13 de novembro de 2018
segunda-feira, 26 de setembro de 2016
O efeito da restrição calórica na longevidade
A restrição calórica (RC) é uma das formas de intervenção nutricional mais amplamente discutida
para se estender o tempo de vida em uma variedade de espécies, inclusive seres humanos. A RC
parece reduzir a incidência de doenças relacionadas à idade. O mecanismo clássico que poderia
explicar o efeito do consumo calórico no envelhecimento está relacionado à redução da gordura
corporal e à sinalização da insulina, somada às espécies reativas de oxigênio produzidas durante
a respiração que causam danos oxidativos ao DNA e ao RNA das células, promovendo o processo
de envelhecimento e o aumento do risco de doenças. No entanto, o efeito da RC na longevidade
em humanos ainda não está bem estabelecido e mais estudos são necessários para que os
mecanismos celulares e moleculares responsáveis pelos efeitos terapêuticos da restrição calórica
sejam elucidados. Além disso, é necessário diferenciar os efeitos benéficos da restrição calórica
daqueles relacionados a hábitos alimentares saudáveis. Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53(5):667-72.
Descritores
Restrição calórica; envelhecimento; estresse oxidativo; doenças crônicas
ABSTRACT
Calorie restriction (CR) is the most evaluated nutritional intervention to increase lifespan in a variety
of animal species, including human beings. CR has also been shown to delay the onset or
reduce the incidence of many age-related diseases. The mechanism that could explain the effect
of calorie intake on aging is related to the reduction of body fat and insulin signaling as well as
reactive oxygen species produced during breathing. These phenomena cause oxidative damage
to DNA and RNA promoting the process of aging and increasing the risk of illnesses. However,
the effect of CR on longevity in human beings is not fully established and further studies are
necessary in order to identify the molecular and cellular mechanisms for the therapeutic effect
of RC. Moreover, it is necessary to set up the differences between the beneficial effects of caloric
restriction from those related to dietary healthy habits. Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53(5):667-72.
Keywords
Caloric restriction; aging; oxidative stress; chronic disease
1Faculdade de Saúde Pública,
Universidade de São Paulo
(FSP/USP), São Paulo,SP, Brasil
Correspondência para:
Ligia Araújo Martini
Departamento de Nutrição,
Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo
Av. Doutor Arnaldo, 715, 2o
andar
01246-904 – São Paulo, SP, Brasil
Imartini@usp.br
Recebido em 12/Mai/2009
Aceito em 18/Mai/2009
Introdução
O processo de envelhecimento é complexo e associase
a uma perda gradual das funções fisiológicas
regulada por fatores genéticos e ambientais. A restrição
calórica (RC), definida como uma redução da ingestão
calórica abaixo do ad libitum, sem desnutrição, é uma
das formas de intervenção nutricional mais amplamente
discutidas para se estender o tempo de vida em uma variedade
de espécies, inclusive mamíferos (1-3).
Estudos em modelos animais associam a RC a uma menor
incidência de doenças relacionadas à idade, tais como
doenças cardiovasculares, câncer e diabetes (1-3), no entanto,
os efeitos da RC em seres humanos ainda não estão
bem estabelecidos (4,5). Sendo assim, esta revisão visa a
elucidar as principais evidências dos efeitos da RC sobre a
longevidade do ponto de vista endocrinometabólico.
Hipóteses do mecanismo de atuação da
restrição calórica na longevidade
O mecanismo biológico responsável pelo efeito da restrição
calórica na longevidade ainda é desconhecido,
no entanto, algumas hipóteses têm sido propostas, tais
Copyright© ABE&M todos os direitos reservados.
668 Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53/5
Restrição calórica e longevidade
como: hipótese da redução da gordura corporal e sinalização
da insulina, e hipótese da redução da produção
de espécie reativa de oxigênio e atenuação dos danos
oxidativos (6).
Hipótese da redução da gordura corporal e
sinalização da insulina
A alteração fisiológica, importante durante a restrição calórica,
é iniciada com a redução da concentração de glicose
no sangue ocasionada pela baixa ingestão de energia
proveniente da dieta. Isto levará a uma diminuição da
produção de insulina pelas células ß do pâncreas e, consequentemente,
a uma diminuição do depósito de tecido
adiposo, principalmente tecido adiposo branco (7).
Pesquisas recentes têm demonstrado que o depósito
de gordura (tecido adiposo branco) tem outras funções
além de estocar gordura (8,9). Tecido adiposo branco
é um órgão endócrino, que produz hormônios ativos
em todo o organismo como: fator de necrose tumoral-α
(TNF-α), resistina, adiponectina e leptina (10). A altera-
ção do depósito de gordura, principalmente o tecido adiposo
branco, poderia modificar a secreção desses hormô-
nios, como liberar maior concentração de adiponectina e
menor concentração de TNF-α, melhorando a sensibilidade
à insulina em diversos tecidos, como o muscular e
o hepático. Essas mudanças endocrinometabólicas poderiam
promover maior expectativa de vida (11,12).
Hipótese da redução da produção de espécie reativa
de oxigênio e atenuação dos danos oxidativos
As espécies reativas de oxigênio são formadas pela respiração
celular. De todo o oxigênio utilizado pelas células
na respiração, cerca de 2% dos átomos ficarão apenas
parcialmente reduzidos por aceitar um só elétron. As
principais espécies reativas de oxigênio resultantes são
o ânion superóxido (O2
-
), o peróxido de hidrogênio
(H2
O2
) e o radical hidroxil (OH-
) que muito reativas
e que, por isso, oxidam parcialmente com outras moléculas
que se encontrem próximas, tais como lipídeos,
proteínas ou ácidos nucleicos. Além disso, as espécies
reativas de oxigênio ativam um fator transcricional
pró-inflamatório denominado NF-κB, responsável pela
transcrição de proteínas pró-inflamatórias como TNF-α
e inteterleucinas 1, 2 e 6. (13-15).
Os danos oxidativos, como a ativação de genes pró-
inflamatórios, causados por essas espécies reativas de
oxigênio estão fortemente relacionados ao envelhecimento
e à patogênese de diversas doenças crônicas não
transmissíveis, como aterosclerose, diabetes, artrite reumatoide,
desordens neurodegenerativas e câncer (16).
O mecanismo pelo qual a restrição calórica diminui
a formação das espécies reativas de oxigênio ainda não
está estabelecido; no entanto, a RC parece promover
melhora nos danos oxidativos, como a supressão da expressão
e a ativação do NF-κB. Além disso, melhora o
sistema de reparação do DNA celular (15).
Teorias moleculares do mecanismo
de atuação da restrição calórica na
longevidade
Muitos dos efeitos da restrição calórica parecem ser mediados
pela regulação dos genes envolvidos no reparo
celular, na resistência ao estresse e na proteção contra
danos oxidativos, assim como genes responsáveis pela
redução na mediação da inflamação e na prevenção de
algumas alterações da expressão gênica que ocorrem
com a idade (17,18).
Algumas teorias surgiram e vários caminhos de sinalização
celular têm sido relacionados à longevidade.
Uma das primeiras vias de sinalização proposta foi a
diminuição das concentrações de glicose determinada
pela adenosina monofosfato cíclico (AMP cíclico), dependente
da via da proteína quinase A (PKA), a qual
sinaliza a disponibilidade da glicose para células (19).
Outra via de sinalização foi encontrada em leveduras,
nas quais se descobriu que o efeito determinante
da longevidade era mediado pela indução de um gene
chamado silent information regulator 2 (regulador de
informação silenciosa, ou apenas Sir2) que codifica
uma enzima, a histona desacetilase dependente de nicotinamida
adenina dinucleotídeo (NAD+) (20). Estudos
de proteômica comparada mostraram que a Sir2
pertence a uma classe de proteínas chamadas sirtuínas.
Em mamíferos, há sete genes de sirtuínas, e a sirtuína 1
(SIRT1) é a mais parecida com Sir2 (21).
Sabe-se que, em mamíferos, a restrição calórica aumenta
as concentrações de SIRT1 e sua expressão, enquanto
a atividade biológica parece mediar a atividade
de importantes reguladores de transcrição do metabolismo
como forkhead transcription factor (FOXO1),
peroxisome prolifarator-activated receptor α (PPARα),
peroxisome prolifarator-activated receptor γ (PPARγ),
PPARγ coactivator-1α (PGC-1α) (22). No fígado, a
SIRT1 desacetecila e ativa PGC-1α, que interage com
FOXO1, no qual induz a ativação da gliconeogênese e
diminui a glicólise (23). No tecido muscular, a SIRT1
Copyright© ABE&M todos os direitos reservados.
Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53/5 669
Restrição calórica e longevidade
ativa PGC-1α, induzindo a biogênese mitocondrial e
aumentando a oxidação de ácidos graxos (23). No tecido
adiposo branco, suprime a atividade transcricional
do PPARγ, levando ao aumento da mobilização de gordura
e à diminuição da adipogênese (24). As SIRT3
e SIRT4 parecem desempenhar papéis importantes no
funcionamento da mitocôndria. Na presença de restri-
ção calórica, ocorre a ativação da nicotinamide phosphoribosyltransferase
(NAMPT) que catalisa a síntese de
nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD). Concentrações
elevadas de NAMPT levam ao aumento mitocondrial
de NAD+
que promove a proteção ao estresse
genotóxico e morte celular (24). O papel preciso das
sirtuínas na regulação da longevidade ainda não está totalmente
elucidado, mas os estudos realizados até agora
mostraram que essas proteínas apresentam papel fundamental
na determinação da longevidade.
Restrição calórica em modelos animais
Em 1935, McCay e cols. publicaram pela primeira vez
o efeito da restrição calórica (RC) em ratos. O estudo
observou que, quando a restrição calórica era executada
após a puberdade, os ratos apresentavam vida prolongada
e atenuação das severidades de doenças crônicas (25).
Sabe-se que, em roedores, a redução calórica de
30% a 60% menos que o ad libitum imediatamente após
a puberdade (seis meses) causou um aumento proporcional
de 30% a 60% na expectativa de vida máxima,
enquanto uma redução de 44% na ingestão calórica na
idade adulta (12 meses) estendeu a expectativa de vida
máxima em somente 10% a 20% (26).
Estudos conduzidos em camundongos atestaram
que a restrição calórica aumenta a longevidade impedindo
ou retardando a ocorrência das doenças crônicas
como: arteriosclerose, cardiomiopatia, diabetes, doenças
autoimunes, câncer, Alzheimer e Parkinson (27-31).
Camundongos transgênicos com elevada concentra-
ção de hormônio do crescimento mostraram que a restrição
calórica parece promover alterações nas adipocinas,
pois foram observados aumento da adiponectina e
diminuição nos níveis séricos de interleucina-6 (IL-6),
triacilgliceróis, colesterol e melhor sensibilidade à insulina
(27). Outro estudo realizado por Guo e cols., em
2002, observou que camundongos homozigotos para
a apolipoproteína E (ApoE (-/-)) que se alimentavam
com uma dieta restritiva em calorias (60% menos que o
ad libitum) tinham diminuição significativa nas lesões
ateroscleróticas quando comparados a camundongos
que não foram submetidos à restrição calórica. Além
disso, camundongos (ApoE (-/-)) com restrição caló-
rica apresentavam diminuição significativa do estresse
oxidativo na parede da aorta, contribuindo para um
efeito antiaterogênico (28).
Estudos avaliando o efeito da restrição calórica no
sistema imune parecem ser dependentes da ativação de
linfócito T e macrófagos, pois ambos são responsáveis
pelo tipo e extensão da resposta imune. Em modelos
animais, a restrição calórica parece retardar o início das
doenças autoimunes dependentes de linfócito-T e macrófagos
como artrite reumatoide e lúpus eritomatoso
sistêmico. Estudo em modelo animal para lúpus eritomatoso
sistêmico e com doença renal como desfecho
observou que a restrição calórica de 40%, quando iniciada
com seis semanas de vida, retardava o aparecimento
da doença renal autoimune em 30% (29).
A restrição calórica parece diminuir a neurodegeneração
no cérebro causada pela doença de Alzheimer e
Parkinson (30,31). Estudo realizado em primatas induzidos
à doença de Parkinson demonstrou menor déficit
motor naqueles com restrição calórica de 30% quando
comparados a primatas que ingeriram uma dieta normal.
Na análise neuroquímica, observou-se também
que as concentrações de dopamina e de dois de seus
metabólitos estavam mais elevadas no grupo com restrição
calórica (30).
Patel e cols. examinaram o efeito da restrição caló-
rica com duração de 6 a 14 semanas em camundongos
transgênicos para a doença de Alzheimer. Houve diminuição
substancial de 50% na imunorreatividade da
beta-amioide, peptídeo que se acumula na massa cerebral
nesta doença (31).
Restrição calórica em humanos
Ainda não está estabelecido se a restrição calórica teria
o mesmo efeito benéfico sobre a longevidade de humanos
que tem sobre os animais. Sabe-se que a restrição
calórica dispara um mecanismo de proteção da vida em
animais de vida curta, tais como roedores, que permite
que sobrevivam a períodos de escassez alimentar. Contudo,
a existência desse mesmo mecanismo em humanos
não é conhecida. Entretanto, a escassez de comida
durante a Segunda Guerra Mundial foi associada a uma
diminuição de mortalidade por doença coronariana em
países europeus (32).
Um estudo foi feito na Biosfera 2, local projetado
para ser autossuficiente e ecologicamente controlado,
Copyright© ABE&M todos os direitos reservados.
670 Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53/5
em que oito participantes ficaram enclausurados durante
dois anos. Durante 18 meses, esses participantes
tiveram uma dieta com restrição da ingestão calórica de
22% (2.500 kcal/dia para 1.925 kcal/dia). Observou-se
redução do índice de massa corporal, além de redução
de fatores de risco metabólicos para doenças coronarianas,
tais como perfil lipídico e pressão sanguínea (33).
Resultados de estudos (34-36) realizados nos membros
da Caloric Restriction Society, isto é, pessoas que
fazem restrição calórica por livre arbítrio, foram publicados
recentemente. O grupo de restrição calórica tinha
um consumo de 1.800 kcal/dia (30% menos caloria
quando comparado à dieta típica americana, pareado
para sexo e idade). Essa limitação durou aproximadamente
seis anos e meio. Além da restrição calórica, era
realizada uma dieta baseada na alta ingestão de frutas,
vegetais, leite e derivados, proteína derivada da soja e
baixo consumo de alimentos refinados. Os dados foram
comparados com os dados de um grupo que seguia uma
alimentação típica americana. Foi observado que o grupo
com restrição calórica tinha menor porcentagem de
gordura corporal, pressão sanguínea sistólica e diastólica
menor, assim como melhor perfil lipídico, aumento
da sensibilidade à insulina, baixos níveis de marcadores
inflamatórios e baixa concentração de triiodotironina.
Um programa de pesquisa denominado CALERIE
(Comprehensive Assessment of Long-Term Effects
of Reducing Calorie Intake), ainda em andamento,
que envolve três centros de estudos: Tufts University,
Pennington Biomedical Research Center e Washington
University, está sendo realizado a fim de estudar melhor
o efeito da restrição calórica em humanos (37-41).
A fase 1 do estudo consiste em três estudos pilotos
para determinar a viabilidade de se investigar o efeito
da restrição calórica em pessoas da comunidade, vivendo
livremente. O estudo na Universidade de Tufts teve
12 meses de duração com 25% de restrição calórica da
dieta, com indivíduos (homens e mulheres) entre 24 e
42 anos de idade, saudáveis e com sobrepeso (IMC 25
a 29,9 kg/m2
). O estudo em Pennington também teve
12 meses de duração com 25% de restrição calórica em
homens e mulheres saudáveis entre 25 e 50 anos de
idade. O estudo da Universidade de Washington envolveu
homens e mulheres saudáveis e com sobrepeso,
entre 50 e 60 anos de idade e com duração de 12
meses com 20% de restrição calórica. Os resultados da
fase 1 em Pennington, após seis meses de duração, apenas
apresentaram diminuição de 10% do peso corporal,
diminuição significativa da temperatura corporal, na
triiodotiroxina (T3), gordura corporal, tecido adiposo
visceral e tecido adiposo subcutâneo, tamanho da célula
adiposa, gordura intra-hepática, insulina de jejum e melhora
significativa da sensibilidade à insulina (37-39).
Os resultados da fase 1 em Washington com 12 meses
de duração foram: redução de 10,7% no peso corporal
e diminuição do IMC de 27,2 para 24,4 kg/m2
. Houve
também uma redução significativa da gordura corporal,
gordura visceral, gordura subcutânea abdominal,
concentração de leptina, insulina e glicemia de jejum.
A sensibilidade à insulina também aumentou significativamente
em resposta à restrição calórica (40,41).
A fase 2 do projeto CALERIE envolvendo os mesmos
centros de pesquisas já está em andamento. Essa
fase terá duração de 24 meses e uma maior inclusão de
indivíduos eutróficos e saudáveis, com idade entre 25 e
40 anos, com 25% de restrição calórica. Os resultados
dessas pesquisas serão finalizados no ano de 2011.
Embora a restrição calórica pareça ser benéfica e os
resultados fornecidos pelos estudos demonstrem vantagens
para o sistema cardiovascular e metabolismo da
glicose e lipídeos, um estudo avaliando a massa óssea
observou diminuição significativa da densidade mineral
óssea total do quadril (-2,2%) e na densidade mineral
óssea da coluna lombar (-2,2%) em comparação a indivíduos
saudáveis (42).
A restrição calórica está associada, ainda, à diminui-
ção no metabolismo energético e à redução da taxa do
metabolismo basal; no entanto, esse efeito é controverso,
pois poderia estar relacionado à perda de peso
e adaptação metabólica dos tecidos muscular e adiposo
(43). Além disso, não é possível determinar um ponto
de corte seguro para restrição calórica, uma vez que há
diferentes fatores que a influenciam como, por exemplo:
composição corporal, diferença do gasto energético
total segundo estágio de vida e gênero e a duração
da restrição calórica (44).
Adicionalmente, para se avaliar o real efeito da restrição
calórica na longevidade, seria necessário caracterizar
e identificar novos marcadores do envelhecimento
que estejam relacionados à adaptação do sistema neuroendócrino,
prevenção da inflamação e proteção contra
os prejuízos do estresse oxidativo que poderiam ajudar
a predizer morbidade e mortalidade na população em
geral (45).
Por outro lado, os efeitos benéficos observados nos
estudos em humanos podem também estar relacionados
a hábitos alimentares e de vida mais saudáveis. Portanto,
seria necessário comparar, idealmente por meio de ensaios
Restrição calórica e longevidade
Copyright© ABE&M todos os direitos reservados.
Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53/5 671
clínicos randomizados, o efeito da redução na ingestão
alimentar e a alteração na qualidade da dieta, uma vez que
ambos parecem ser concomitantes. Mesmo que a restri-
ção calórica pareça aumentar a expectativa de vida e maximizar
a longevidade humana, a adesão à restrição calórica
por período de tempo prolongado seria incerta (44).
Conclusão
O efeito da restrição calórica na longevidade em humanos
ainda não está bem estabelecido. As informa-
ções disponíveis sugerem que a redução de 20% a 30%
de calorias na dieta parece diminuir o risco de desenvolvimento
de doenças crônicas não transmissíveis;
no entanto, mais estudos são necessários para que os
mecanismos celulares e moleculares responsáveis pelos
efeitos terapêuticos da restrição calórica sejam identificados.
Além disso, é necessário diferenciar os efeitos
benéficos da restrição calórica daqueles relacionados a
hábitos alimentares e de vida saudáveis.
Declaração: os autores declaram não haver conflitos de interesse cientificos neste estudo.
Postado por Carlos PAIM
sábado, 26 de março de 2016
terça-feira, 3 de novembro de 2015
Estudo contradiz relação entre dieta menos calórica e longevidade
Genética e alimentos saudáveis são mais importantes para garantir mais anos de vida, segundo pesquisa americana

O estudo contradiz as pesquisas realizadas no passado em camundongos e ratos e que estabeleciam uma relação entre a restrição alimentar e a longevidade. Nenhuma pesquisa deste tipo foi realizada, até agora, em seres humanos. Contudo, essa dieta permite que os macacos desfrutem de uma saúde melhor, com menos casos de enfermidades cardiovasculares, câncer e diabetes.
CONHEÇA A PESQUISA Título original: Impact of caloric restriction on health and survival in rhesus monkeys from the NIA study
Onde foi divulgada: revista Nature
Quem fez: Julie A. Mattison, George S. Roth, T. Mark Beasley, Edward M. Tilmont, April M. Handy, Richard L. Herbert, Dan L. Longo, David B. Allison, Mark Bryant, Jennifer E. Young, Dennis Barnard, Walter F. Ward, Wenbo Qi, Donald K. Ingram, e Rafael de Cabo
Instituição: National Institute on Aging (NIA)
Dados de amostragem: 121 macacos rhesus
Resultado: a dieta com restrição calórica não tem efeito imediato sobre a longevidade, mas mostrou impacto positivo sobre a saúde: os macacos desenvolveram menos câncer, diabetes e enfermidades cardiovasculares.
Durante 25 anos, os pesquisadores do Instituto Americano de Envelhecimento (National Institute on Aging - NIA) submeteram 121 macacos rhesus de pesos "normais" a restrições calóricas de 30%, alguns deles desde sua juventude (de 1 a 14 anos) e outros já em idade avançada e depois compararam os resultados obtidos com um grupo de controle.
Não foi observada nenhuma diferença notável referente à longevidade entre os diferentes grupos de macacos, cuja expectativa de vida em cativeiro supera a de animais em liberdade, com uma média de 27 anos.
Impacto positivo - A restrição de calorias em idade avançada, contudo, teve um impacto positivo sobre o metabolismo, especialmente no índice de colesterol nos machos.
Os macacos tratados em sua juventude desenvolveram menos casos de câncer e de enfermidades cardiovasculares ou sofreram casos de diabetes mais tarde que no grupo de controle.
"Esses resultados não tiveram um efeito imediato sobre a longevidade", declarou Rafael de Cabo, um dos autores do estudo.
Comida saudável - O estudo do NIA, que contradiz os resultados de uma experiência em curso do laboratório de Wisconsin National Primate Research Center (WNPRC) que mostrou que a longevidade aumentava nos macacos rhesus submetidos à mesma restrição calórica, não antecipou nenhuma explicação.
Segundo Ricki Colman, coautor deste último estudo (WNPRC), a diferença poderia ser explicada pela composição da comida dada aos macacos do grupo de controle. Os macacos do grupo de controle NIA desfrutaram de uma alimentação "particularmente saudável", com vitaminas e complementos minerais, o que poderia explicar uma duração de suas vidas similar a do grupo de controle.
Por outro lado, os macacos do grupo de controle WNPR podiam se alimentar do que queriam, como acontece com o ser humano.
O pesquisador do WNPRC também não excluiu que a genética pode ter algum papel nas diferenças de longevidade que ele observou.
(Com Agência France-Presse)
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
DIETA E ENVELHECIMENTO
Quanto mais come, menos vive o animal. O New England Journal of Medicine, a revista médica de maior circulação, trouxe uma revisão sobre aporte calórico e envelhecimento que revoluciona antigos conceitos sobre alimentação e duração da vida.
Já na década de 1930, ficou demonstrado que camundongos mantidos em regime de restrição calórica apresentavam maior longevidade e tinham menos doenças associadas ao envelhecimento.
Estudos posteriores foram desenvolvidos com três grupos de ratos: o primeiro alimentado sem restrição de quantidade (ad libitum); o segundo, com redução de 30% no número de calorias ingeridas, em relação ao anterior, e o terceiro, com um corte de 60%. Morreram antes os “ad libitum”, depois os que comeram 30% menos e mais tarde, ainda, o grupo com restrição de 60%.
Se tomarmos em cada um dos grupos anteriores os 10% que viveram mais e tirarmos a média de suas idades ao morrer, verificaremos que o segundo grupo atinge idade cerca de 30% maior e o terceiro 60% maior do que o primeiro, deixando claro que a diminuição do número de calorias na dieta é proporcional à longevidade dos grupos.
Primeira conclusão: respeitados os limites da desnutrição, a expectativa máxima de vida é inversamente proporcional ao número de calorias ingeridas diariamente.
Para avaliar o papel do exercício físico na longevidade, tomemos dois grupos de ratos que ingerem exatamente o mesmo número de calorias diárias. Um grupo é colocado para fazer exercício naquelas rodas em que o ratinho anda sem sair do lugar; o outro permanece
na gaiola, sedentário. No final, os ratos atletas pesam 40% menos do que os preguiçosos e atingem vida média maior. A duração máxima de vida (longevidade), no entanto, é igual para os dois grupos.
Segunda conclusão: o exercício físico aumenta a sobrevida média, mas não estende os limites da vida. O exercício pode evitar que você morra de infarto aos cinquenta anos (o que não é pouco), mas não faz ninguém bater o recorde mundial de cento e vinte dois anos.
Existe um tipo de rato chamado C57BL-BJ que é, como muitos dos nossos leitores, geneticamente obeso. Os ratos dessa linhagem são portadores do gene ob-ob, que condiciona um comportamento metabólico que conduz à obesidade. Num experimento, dois grupos desses animais foram separados: o primeiro alimentado ad libitum e o segundo mantido com restrição calórica. No final, no grupo ad libitum, a gordura representava em média 67% do peso corpóreo; no grupo com restrição, 48% e a expectativa máxima de vida destes ratos foi 50% maior do que a dos alimentados ad libitum, como seria de esperar. Tomemos agora este segundo grupo de ratos ob-ob com dieta restrita e 48% de gordura no corpo e comparemos com um grupo sem o gene da obesidade, submetido a uma dieta com número idêntico de calorias.
Terminada a experiência, os ratos magros terão apenas 13% de gordura no corpo (contra os 48% dos portadores do gene mantidos com a mesma dieta, e 67% dos ad libitum geneticamente obesos). No entanto, a expectativa máxima de vida dos dois grupos que ingeriram o mesmo número de calorias é exatamente igual, porém maior do que a dos ad libitum.
Terceira conclusão: o número de calorias ingeridas, não o grau de adiposidade, é o fator chave em prolongar a vida. Você pode ser gordo ou magro, não vem ao caso, é o número de calorias diárias que interessa para a longevidade.
Em todos os estudos realizados emergem outros dois conceitos fundamentais:
1) Desde que não haja subnutrição, a longevidade não depende de qualquer nutriente em particular, apenas do número de calorias;
2) A restrição calórica deve ser continuamente mantida e quanto mais precocemente iniciada, melhor eficácia terá. Seus benefícios, entretanto, são demonstrados mesmo em idades mais avançadas.
O segredo da vida longa
Na pré-história, os homens passavam seus genes para frente e morriam aos vinte ou trinta anos. A longevidade não exerceu pressão seletiva, porque a fase fértil começa precocemente na espécie humana; caso a fertilidade de homens e mulheres só ocorresse depois dos setenta anos, a evolução natural teria selecionado aqueles capazes de viver longos períodos (e procriar).
Há dez mil anos, com a chegada da agricultura, a média de duração da vida aumentou. No início do século XX, quem nascia na Europa vivia perto de cinquenta anos; hoje, nas sociedades pós-industriais, essa média ultrapassa os setenta anos.
Esse aumento na média da duração de vida ocorreu graças à melhora das condições do meio ocorridas desde o homem caçador até a era da informática.
No mesmo período, no entanto, a longevidade humana permaneceu basicamente inalterada (completar cem anos ainda é privilégio de poucos).
Isso ocorre porque, enquanto a duração média da vida de uma população depende das condições ambientais, o aumento da longevidade individual só ocorre se houver retardo no processo de envelhecimento.
A restrição calórica aumenta a longevidade de seres tão diversos como o paramécio (ser unicelular identificado nas aulas de biologia no exame microscópico de uma gota de água parada), a pulga d’água, a mosca da banana, aranhas, répteis, galinhas, e também de mamíferos como os ratos. Isto faz crer que exista um mecanismo ubíquo para o processo de envelhecimento, selecionado pela evolução para todos os seres vivos. É altamente pretensioso imaginar que a evolução selecionasse um mecanismo de envelhecimento, dependente do aporte calórico, válido para todas as espécies, e outro especial exclusivo para o Homo sapiens.
Restrição calórica e as doenças da velhice
Nos roedores, a restrição calórica retarda a instalação de doenças associadas ao envelhecimento como câncer (incluindo mama e próstata, dois dos tipos mais freqüentes no homem), problemas renais e cataratas. Linhagens especiais de ratos que desenvolvem
doenças auto-imunes (como artrite ou lúpus, por exemplo) e morrem ao redor dos doze meses de idade, se alimentados ad libitum, ultrapassam vinte meses sem adoecer quando submetidos à restrição calórica.
Na verdade, certas respostas à restrição são extremamente rápidas. Por exemplo, em ratos, a concentração de açúcar (glicose) no sangue cai 20% após apenas cinco dias de restrição calórica. Em macacos, ocorre resposta semelhante.
Nos homens, esses estudos encontram muita dificuldade na quantificação do número de calorias ingeridas. Um trabalho destinado a avaliar o efeito da dieta ocidentalizada em populações japonesas mostrou que na ilha de Okinawa, onde a alimentação é
mais tradicional e o aporte calórico 17% mais baixo do que a média do país, a mortalidade por câncer, doenças cardiovasculares e derrames cerebrais é de 31% a 41% menor.
Na Suécia, altos níveis de consumo calórico demonstraram estar associados a maior incidência de câncer de próstata.
Estudos epidemiológicos sugerem que a mesma associação talvez exista para câncer de intestino, de estômago e, possivelmente, câncer de mama.
Rapidamente se acumulam dados a respeito das implicações do aporte calórico na doença de Alzheimer, Parkinson, insuficiência cardíaca e outras enfermidades. Coerentemente com os estudos experimentais, os efeitos maléficos da ingestão excessiva de calorias são mais acentuados justamente nos tecidos que não se renovam no corpo humano: músculos, cérebro, coração.
É importante dizer também que as dimensões dos órgãos internos guardam relação direta com o número de calorias ingeridas. Quanto maior a energia absorvida na alimentação, maior é o peso do coração, fígado, rins, próstata, baço, músculos e dos gânglios linfáticos envolvidos na resposta imunológica.
Por capricho intencional da natureza, apenas o cérebro e os testículos mantêm constante seu peso, mesmo quando se diminui drasticamente o aporte energético.
Explicação simplificada
Certamente, você já ouviu falar em radicais livres; está na moda. Cerca de 2% a 3% do oxigênio usado pelas células do organismo formam moléculas altamente reativas, que podem reagir com componentes celulares vitais e prejudicar suas funções. É evidente que a célula conta com mecanismos para neutralizar esses radicais perigosamente reativos.
Uma das organelas mais sensíveis a essa ação deletéria é a mitocôndria, a central energética da célula. A função da mitocôndria é captar nutrientes ingeridos e produzir a energia de que a célula necessita para exercer suas funções. Nesse processo de produção de energia, radicais livres de oxigênio são libertados e neutralizados pelos mecanismos de controle. Acontece que a mitocôndria não é seletiva: havendo nutrientes disponíveis, ela os utiliza para produzir mais energia. Quando os há em excesso, o trabalho é exagerado, a velocidade de formação de radicais livres ultrapassa a capacidade de controle e a mitocôndria começa a funcionar com mais dificuldade.
O resultado é o mesmo de uma usina que começasse a envelhecer e a produzir menos energia para a cidade. Como conseqüência, todos os aparelhos elétricos das casas passariam a funcionar com maior desgaste e durariam menos.
Genética do envelhecimento
O papel da genética na previsão do número de anos que vamos viver é complexo e paradoxal. Assim começa um artigo publicado na revista Science. Embora os genes que herdamos de nossos pais exerçam forte controle na duração de nossas vidas, não sabemos por que um homem vive cinco vezes mais do que um gato, e este cinco vezes mais do que o rato.
Os dados mostram que a hereditariedade é responsável por menos de 35% da variabilidade na duração da vida dos vermes, da mosquinha das bananas, do rato e do homem. Dois estudos conduzidos entre gêmeos iguais mostraram que mais de 65% da variação na duração da vida corresponde a fatores ambientais. Esse número favorece ainda mais o meio ambiente, quando os gêmeos são criados separadamente.
No momento, é intensa a pesquisa à procura dos genes associados à longevidade no homem e outros mamíferos, pois em vermes e moscas diversos genes desse tipo já foram identificados e clonados. Estudos futuros poderão identificar mecanismos convergentes, através dos quais fatores ligados ao meio interferem com a predisposição genética a certas doenças que encurtam a expectativa de vida. Até então, o papel da predisposição genética no envelhecimento deve ser encarado como secundário a fatores do meio.
Resumindo
1) EXERCÍCIO FÍSICO
Melhora a qualidade de vida, emagrece e ajuda a controlar e prevenir grande número das doenças que surgem na maturidade. Como conseqüência, aumenta a vida média das populações que o praticam, mas não aumenta a longevidade.
Há um ponto delicado nesta equação: práticas que envolvem grande consumo energético podem ser deletérias até. Um halterofilista que ingere 5 mil calorias por dia, fornecidas por suplementos de alto teor energético, poderá estar apressando sua velhice, pois suas mitocôndrias estarão sendo desgastadas mais rapidamente. Para elas, não interessa se a energia produzida se transforma em músculos ou gordura; só interessa o total de calorias ingeridas.
2) DIETA GORDUROSA
Descontados os casos dos portadores de defeitos no metabolismo das gorduras, o único problema desse tipo de alimento é seu alto conteúdo calórico. Comer gordura animal não apressa o envelhecimento, desde que a quantidade ingerida seja pequena para garantir um total de calorias baixo.
3) INGESTÃO DE FIBRAS
As fibras presentes nos vegetais são importantíssimas para o funcionamento dos intestinos. Dieta pobre em resíduos dificulta a digestão, provoca sensação desagradável de obstipação e aumento na incidência de doenças inflamatórias e câncer do intestino. Por outro lado, como o conteúdo energético dos vegetais é relativamente baixo, o volume ingerido pode ser substancialmente maior do que o de uma dieta rica em gorduras e açúcares. Dieta vegetariana, per se, não rejuvenesce ninguém.
4) GENÉTICA
Mesmo que sua árvore genealógica seja pródiga em galhos de longa vida jamais deite à sombra, pois a influência da genética na longevidade é muito menor do que a dos fatores ambientais.
5) VITAMINOTERAPIA
Essa moda parte do princípio de que as vitaminas agem como antioxidantes neutralizando os radicais livres presentes no interior das células. Mais do que uma idéia mágica, trata-se de um sonho molecular. Não há qualquer evidência científica de que o consumo de altas doses de vitaminas interfira com o processo de envelhecimento no homem ou outros animais. Imaginar que vitaminas controlem o complexo (e mal conhecido) fenômeno de óxido-redução de radicais livres no meio intracelular retardando o envelhecimento é tão científico quanto dar uma pancada na TV que pifou. Com a diferença de que a televisão, ao contrário da célula, às vezes pega no tranco.
Orientação
Levará tempo para esclarecermos todas as implicações práticas dessas pesquisas. Na fase atual, os estudos com roedores estão sendo repetidos em macacos, parentes bem mais próximos do homem. Suas conclusões, certamente, serão mais aplicáveis à espécie humana. Se levarmos em consideração, porém, que o rato vive meses, mas o macaco morre aos quarenta anos e que os trabalhos começaram recentemente, é provável que as respostas definitivas sejam dadas quando não estivermos mais aqui.
Nossa geração não dispõe de tempo para aguardar os resultados definitivos dos estudos sobre o impacto da restrição calórica na longevidade humana. Entretanto, como são claríssimas as evidências de que em todas as espécies testadas a redução do número de calorias ingeridas aumenta a duração máxima de vida, a probabilidade de que essa conclusão não valha apenas no caso do homem é mínima, se é que existe.
Diante disso, meu conselho é o seguinte:
1) A menos que você seja portador de desnutrição crônica ou tenha alguma doença de base que o impeça, prepare seu prato como se fosse jantar normalmente e devolva na panela 30% do conteúdo;
2) Não leve travessas de comida para a mesa. Acabou a refeição, levante e saia de perto para não fraquejar;
3) Exagerou na feijoada ontem, não precisa morrer de culpa, capriche na salada hoje, o que interessa é simplesmente a soma das calorias ingeridas.
FONTES:
– New England Journal of Medicine1 1997; 337: 986-94
– Science 1996; 273: 59-63
– Science 1997; 278: 407-12
FacebookTwitterGoogle Plus
domingo, 25 de janeiro de 2015
Cromo ligado à niacina pode aumentar significativamente a expectativa de vida
Os autores concluíram: “Este estudo
sugere que a ingestão de determinados níveis de cromo-niacina pode
aumentar expectativa de vida significativamente, imitando a restrição
calórica.” (Último parágrafo)
Em 26 de junho de 2014, Dr. Júlio Caleiro, nutricionista.
Os resultados de um estudo foi
apresentado na 46ª Reunião Anual do Colégio Americano de Nutrição,
realizado em 22-25 de setembro de 2005, em Kiawah Island, Carolina do
Sul, em que se revelou que dietas suplementadas com cromo ligado a
niacina, conhecido como Polinicotinato de cromo, resultaram em um aumento de 22% na expectativa de vida de ratos, quando comparados àqueles que não fizeram a suplementação.
No estudo utilizaram ratos que
manifestavam aspectos da síndrome metabólica, que foram divididos em 3
grupos, o grupo que teve a suplementação de cromo ligado a niacina, o
segundo grupo de ratos com dieta contendo cromo ligado a niacina, além
de melão amargo, alho, gymnema sylvestre e feno-grego, e o terceiro
grupo sem suplementação. O primeiro grupo recebeu o dobro da quantidade
de cromo que o segundo grupo. Todos os animais poderiam comer o quanto
de comida desejavam, sem restrição.
Comparado com o grupo controle, os
pesquisadores descobriram um aumento de 22% no tempo de vida máxima
entre os ratos do primeiro grupo, que receberam apenas cromo ligado a
niacina. Enquanto a primeira morte de um rato no grupo controle ocorreu
na semana 47, a primeira morte do rato no grupo suplementado com
cromo-niacina ocorreu na semana 59.
A taxa de mortalidade do segundo grupo
foi semelhante ao grupo controle (sem suplementação), o que se deveu ao
baixo consumo de cromo.
Os autores concluíram: “Este estudo
sugere que a ingestão de determinados níveis de cromo-niacina pode
aumentar expectativa de vida significativamente, imitando a restrição
calórica.”
Referência científica:
Harry G. Preuss, Bobby Echard, Dallas Clouatre, Debasis Bagchi, Nicholas V. Perricone, Niacin-bound chromium increases life span in Zucker Fatty Rats,Journal of Inorganic Biochemistry, Volume 105, Issue 10, October 2011, Pages 1344–1349.