segunda-feira, 7 de março de 2011

A Restrição calórica

De todas as formas que existem, a restrição calórica é a única maneira provada científicamente para retrasar o processo de envelhecimento e aumentar a longevidade.

Combater o envelhecimento vai depender em grande medida do que comemos, não propriamente de um alimento mágico, senão simplesmente, comer menos.

Uma forma ao alcance de todos.

Não devemos confundir restrição calórica com malnutrição, jejum prolongado ou outros estados de privações.

Este tipo de  práticas, a longo prazo, provocam dificiências nutricionais que aceleram o envelhecimento do organismo, acarretando uma multitude de problemas.

A restrição calórica, pelo contrário, baseia-se numa dieta baixa em calorías, na qual, as necessidades nutritivas e energéticas do corpo são satisfeitas com a ingestão de todos os nutrientes essenciais à vida, são eles as proteínas, os hidratos de carbono, as gorduras, as vitaminas e minerais.

Porém, devem ser ingeridos em quantidades equilibradas e suficientes, para a manutenção da saúde.

Desde o ano 1930 a restrição calórica tem sido alvo de numerosos estudos, a maior parte deles realizados com ratos de laboratório que quando submetidos a uma dieta restrita em calorias viveram 40% mais de tempo e com menos doenças associadas ao envelhecimento do corpo como a arteriosclerose, a diabetes, a hipertensão, o cancro.

Foram tambem realizados experimentos com macacos, especíe que genéticamente mais se assemelha ao homem, os quais submetidos a uma dieta de restrição calórica apresentaram menos obesidade, menor pressão sanguínea, menos colesterol, menos glicose no sangue e melhoria da sensibilidade à  insulina, em relação a outros macacos alimentados com níveis superiores de calorias.


Efeito da restrição calórica nos humanos.

No que respeita aos humanos, a pesar de não haver muitas investigações nesse âmbito, o certo é que há evidências reais de que se pode obter os mesmos bons resultados.

Um claro exemplo é a população de Okinawa, uma ilha do Japão, cujo número de centenários é quatro vezes superior à população japonesa.

Os habitantes de Okinawa seguem uma dieta ligeiramente diferente à dos seus compatriotas: ingerem uma quantidade mais elevada de carne de porco e menos arroz que os japoneses e consomem três vezes mais vegetais e o dobro de peixe, é uma dieta com 20 a 40 % menos de calorias que a dieta japonesa estánder.

É mais que evidente que a restrição calórica seja a causa subjacente da longevidade deste povo.

 Outra evidência de restrição calórica, ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial quando os noruegueses viram-se submetidos a um alto grau de restrição calórica devido ao facto de que uma grande parte dos alimentos do país eram enviados à Alemanha.

Calcula-se que o típico consumo calórico noruego desceu quase um 40% em comparação com os níveis anteriores à guerra e com o benefício acrescido, de ser o peixe a sua única fonte de proteínas.

Durante este período de 4 anos a mortalidade causada pelos ataques de coração desceu um 50%. Depois da guerra quando a ingestão de calorias voltou a aumentar, o índice de ataques ao coração subiu também igualando os mesmos níveis anteriores à guerra.

Recuando ainda mais no tempo, no século XVI um nobre italiano Luigi Cornaro de 50 anos de idade, preocupado com a sua saúde que se deteriorava dia após dia, em razão dos excessos alimentares que cometia, decidiu mudar o seu estilo de vida.

Desde então, a sua dieta consistia em pão de grão integral, sopa de carne, ovos e vinho novo.

O seu estado de saúde melhorou imediatamente e assím, pode viver outros 48 anos mais. Antes de morrer aos 98 anos escreveu um dos livros de dietas mais populares que jamais se escreveu antes do sec. XX, titulado “ Discursos sobre a vida moderada”.

Outro experimento mais recente foi o chamado “experimento da Biosfera” no qual sete voluntários viveram em total isolamento, dependendo unicamente dos seus próprios recursos, que constavam sobretudo dos alimentos que eles mesmos cultivavam.

A restrição calórica foi quase de um 30% inferior à que tinham antes de encerrarem-se na Biosfera.

Todos os parámetros de risco cardiovascular depois de seis meses foram consideralvemente mais baixos.


Porqué que a restrição calórica produz tão bons resultados?

A restrição calórica reduz o stress oxidativo causado pelos radicais livres, uma vez que as células não necessitam consumir muito oxigénio.

Quanto mais expostas estão as nossas células aos radicais livres mais rápidamente envelhecemos. É importante saber como se formam os radicais livres.

Os radicais livres são substâncias tóxicas que se produzem durante as reacções metabólicas que ocorrem dentro das nossas células, específicamente nas mitoncôndrias, lugar da célula onde se produz a energia.

As células necessitam do oxigénio para transformar os nutrientes absorvidos durante a digestão em energía quimica, esta energia, será usada pelas células para realizar todas as funções imprescíndiveis ao bom funcionamento do corpo.

Porém durante este processo as células, em presença do oxigénio, libertam umas moléculas chamadas radicais livres.

O oxigénio, tão imprescíndivel à vida, passa a ser, neste caso, lesivo para as células, é devido a ele que as nossas células se oxidam formando, portanto, os radicais livres.

 Embora uma pequena quantidade de radicais livres desempenham uma acção protectora, o excesso destas inestáveis moléculas atacam às células saudáveis, danificando-as, o resultado é o envelhecimento celular e o aparecimento de um grande número de doenças degenerativas como a hipertensão, a arterosclerose, a diabetes, o cancro, doenças cardiovasculares, alzheimer etc.

Quanto menos calorias ingerimos, menos energía necessitam as células para converter os alimentos ingeridos em energía quimica e portanto menos oxígenio será consumido, por conseguinte menos radicais livres se produziram, como resultado, viveremos mais tempo e com menos doenças crónicas.

Com o fim de defender-se dos contínuos “ataques” produzidos pelos radicais livres o nosso corpo possui um sistema de defesa, os antioxidantes, cuja função é neutralizar os radicais livres, mas cuja acção nem sempre é suficiente, no entanto a restrição calórica, que quase sempre vai aliada a uma dieta alta em vegetais e frutas, fontes naturais de vitaminas e antioxidantes, vai permitir reforçar esse sistema de defesa do corpo na luta para eliminar os radicais livres.

Outro grande benefício da restrição calórica para retrasar o envelhecimento é a redução do excesso de glicose no sangue, evitando-se assím a glicação.

A glicação dá-se quando o açucar em excesso que circula pelo sangue, devido ao excesso dos hidratos de carbono, adere-se às proteínas, causando os AGEs.

Estes produtos finais da glicação originam muitos problemas para o corpo.

São, como adesivos, e tendem a aderir-se às proteínas, modificando irreversivelmente as suas estruturas, como no caso do colagénio, que ao ser afectado pela glicação deixa de sustentar a pele, e desta forma, aparecem as rugas.

Entre todos estes benefícios, merece também destaque, um dos mais desejados, que é a manutenção do peso corporal dentro dos limites considerados saudáveis.

A restrição calórica  tem um efeito decisivo na luta contra o envelhecimento.

Uma dieta, baixa em calorías mas rica em todos os nutrientes essenciais, vai abastecer o corpo com toda a energía necessária para o bom funcionamento das células.

Com a dieta da Zona podemos alcançar todos os benefícios da restrição calórica sem passar fome nem privações.
 © Dieta da Zona

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